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Da formação ao mercado de trabalho: como conquistar um emprego

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Para quem entra no mercado de trabalho os desafios são inúmeros. O novo colaborador tem a vida da “formação académica” mas falta-lhe a “escola da experiência profissional e da vida”.

O novo colaborador é motivado pela vontade de aprender e de aplicar os conhecimentos adquiridos mas, porventura, pouco conhece do sistema organizacional.

Para se manter competitivo no mercado de trabalho é preciso ir além da formação académica ou profissional. É preciso que esteja num constante processo de aprendizagem e de aquisição de novos e mais diversos conhecimentos. É preciso, acima de tudo, trabalhar os soft skills que irão constituir uma vantagem competitiva no momento da entrada no mercado de trabalho.

O primeiro passo para conseguir conquistar o seu emprego tem a ver com o plano de conquista. O que quer dizer que, antes de entrar no mercado de trabalho, é necessário que haja uma preparação que vai ajudar a enquadrar-se e a estar melhor alinhado ao que são as exigências do mesmo.

É importante que tenha foco no que pretende para que possa identificar oportunidades que se ajustem ao seu perfil e que irão ter impacto tanto na sua vida pessoal quanto no seu crescimento profissional.

Para conquistar o seu emprego é necessário que tenha em consideração os seguintes factores:

  • Auto-conhecimento

O seu nível de auto-conhecimento deve ser elevado para que melhor do que ninguém descreva da melhor forma os seus pontos fortes e os seus pontos fracos. Poderá fazer questões às pessoas mais próximas de si, muito provavelmente irão ajudá-lo no seu auto-conhecimento. Saber o que gosta? O que não gosta? Qual a imagem de marca que deixa nas pessoas? E acima de tudo é preciso que saiba aceitar-se e valorizar-se como é.

Desafio a colocarem as questões e a encontrarem as respostas. O auto-conhecimento será o primeiro passo para identificarem o tipo de função para a qual se devem candidatar e a empresa à qual se poderão ajustar.

  • Conhecer o mercado

O nível de conhecimento do mercado de trabalho, no que diz respeito às empresas que actuam na área que pretende, deve ser o mesmo que o auto-conhecimento. É importante que em primeiro lugar esteja atento às necessidades do mercado, as mudanças e às exigências.

No que concerne à empresa, deverá ter domínio sobre o ramo de negócio, o posicionamento, os produtos ou serviços que oferecerem e a missão e visão da mesma.

Tendo conhecimento sobre estes factores, o segundo passo será demonstrar capacidade de relacionar os mesmos com a formação académica e/ou profissional que adquiriu.

  • Informar-se sobre a formação

O terceiro passo será informar-se sobre a profissão que pretende seguir. O mais comum em alguns contextos é que os cursos sejam uma decisão tomada pelos pais, ou pela influência de amigos ou de pessoas que se tem como inspiração. Desafio-os novamente a pensarem se de forma autónoma teriam feito a mesma opção.

Embora algumas pessoas possam não ter tido autonomia na escolha do que fazer, existe espaço suficiente para começarem a seguir os seus próprios passos. Porque não existe nada pior do que ao fim de alguns anos termos noção que a nossa vida foi conduzida com base nas influências que tivemos.

  • Cursos complementares

Para adquirir novos conhecimentos existem duas vertentes: por um lado, os cursos técnicos ou superiores, os cursos de curta duração ou workshops; e por outro lado o conhecimento pode ser adquirido na base da leitura de livros, artigos, investigação na Internet ou no processo de socialização.

É preciso que se façam cursos que irão complementar o nível de conhecimento teórico e prático da área em que se encontram. É importante manter-se atento às exigências do mercado ao nível do grau académico, ou domínio de línguas. Toda a formação, participação em workshops ou cursos de curta duração poderá constituir vantagem competitiva no momento em que estiver a concorrer para uma vaga.

  • Soft Skills

Obter um grau académico deveria ser o suficiente para que se abrisse a porta para o emprego que se pretende. É assim que a maior parte dos jovens, sem ou com pouca experiência, acredita que deveria ser.

Os soft skills são neste momento o factor que irá fazer com que se destaque perante a sua concorrência. Proactividade, capacidade de comunicação, dinamismo, espírito de iniciativa, humildade, atitude, são características valorizadas pelas empresas.

A minha experiência em Recursos Humanos, especificamente na interacção com os jovens permite-me dizer que é possível desenvolver os “soft skills”, embora consideradas características relacionadas aos traços de personalidade do indivíduo.

Uma forma de responder a esta questão seria o facto de ter identificado que os jovens precisam de inspiração para se sentirem motivados a fazer cada vez mais e melhor. São os momentos de partilhas de sucesso, de fracassos, de desafios e de comportamentos “humanos” que fazem com que os mesmos comecem a olhar para o seu potencial, e para a força interior e dar o primeiro passo.

Uma vez tendo identificado o seu valor e as suas capacidades, mudam a sua perspectiva de dificuldades para desafios, e do impossível para algo alcançável.

De uma forma geral, para conquistar o seu emprego é preciso ir além do que o mercado oferece.

Por vezes perde-se a oportunidade de se estar a fazer o que de facto nos faz feliz e o que teria impacto nas nossas vidas e no nosso desenvolvimento e crescimento profissional, em troca de recompensas extrínsecas que têm um impacto imediato. Talvez seja pelo facto de não nos ter sido ensinado a ter uma visão a longo prazo ou perspectivas de futuro, mas sim uma perspectiva mais imediatista?

Talvez sim. Mas é preciso repensar nos objectivos, nas oportunidades que o mercado oferece e nas oportunidades que somos capazes de criar para nós mesmos.

É na curiosidade, força de vontade e no acreditar em nós que está o segredo para se conquistar o nosso emprego. Pois só vence quem segue o seu instinto e agarra ou cria oportunidades que o irão fazer alcançar o seu objectivo pessoal e profissional.